A sociedade do conhecimento, originada de tantas transformações tecnológicas, configura em nosso tempo presente cenários possibilitadores para intensas pesquisas e reflexões. De forma veloz, cada vez mais produtos e inovações são desenvolvidos e difundidos de modo a interferir nas diferentes atividades humanas, gerando mudanças significativas de ações, comportamentos e condutas, introduzindo procedimentos novos e novas interações com o mundo e com as pessoas.
Vivemos num tempo repleto de informações, mas sabemos que o ato de conhecer é completamente diferente do ato de informar. O gestor educacional hoje, em qualquer segmento que esteja atuando, pode acessar muitas informações, mas o necessário é o conhecer. É sobre esta palavra que desejo aqui compartilhar algumas idéias. Conhecer é algo profundamente humano: somos humanos porque conhecemos ou buscamos conhecer. O desafio maior é este.
A primeira questão a ser pensada é sobre que visão privilegiar no agir e no fazer do gestor educacional. Como ele percebe o mundo, a vida, as diferentes formas de conviver com a pluralidade de idéias e de opiniões, com a diversidade de ideais e formações pessoais? A renovação dos procedimentos de gestão está baseada efetivamente neste ponto.
O gestor bem sucedido hoje é um líder, alguém que sabe delegar tarefas, que motiva sua equipe, observando as competências e habilidades dos sujeitos que a integram, validando o que cada um possui como talento e criando ações estratégicas que possibilitem a visualização e consciência do que está faltando. De acordo com Paulo Freire, somos seres da incompletude e por isso, acredito, sempre estaremos em busca de melhoria, de ressignificação de nossas práticas e condutas.
A presença de psicopedagogos no “espaçotempo” das instituições educacionais é um modo interessante de construir estratégias para tal, onde será possível fazer uso das diferentes articulações teóricas e práticas do campo psicopedagógico, propondo à melhoria de qualidade das relações interpessoais na vivência dos objetivos contidos na missão de cada instituição. O gestor educacional consciente dos propósitos de melhoria humana perceberá a essencialidade deste trabalho, pois sabe o quanto é importante conhecer outras possibilidades de interpretação e atuação diante da realidade.
Entre o conhecimento e a informação há uma ponte para ser construída, uma conexão a ser feita. No conceito do conhecer reside o que pode ser codificável, socializado, reproduzido e compartilhado. Entretanto, há o conhecimento tácito, individualizado, que em muitos momentos impede uma maior articulação entre o que cada um faz e o que todos devem fazer. Neste sentido, é importante universalizar símbolos, e compreender como cada elemento integrante de sua equipe interage com o aprender.
Perceber as diferentes modalidades de aprendizagem, por exemplo, facilita a adoção de estratégias de comunicação, onde reside uma das questões cruciais à melhoria das competências humanas. Atuando como consultor educacional, psicopedagogo, pesquisador e educador em diferentes cursos de formação pessoal nas áreas de Educação e de Psicopedagogia, tenho observado, a partir de minha práxis, que mudanças significativas só podem acontecer quando efetivamente desejadas, pois é no campo mental do desejar que o sujeito aprendente encontra significado e sentido no trabalho e nas tarefas que deve cumprir e, assim, diariamente aprender.
Ao gestor cabe lidar com este desejo, criando, em conjunto com o psicopedagogo institucional, alguns campos de referência para ação onde todos, que estão vivenciando os mesmos processos, possam participar ativamente, configurando um movimento reflexivo capaz de trazer maturidade ao enfrentamento dos entraves emergidos cotidianamente no “espaçotempo” institucional.
Para tal, se faz necessário criar estratégias de funcionamento que estejam centradas nos clientes, onde todos os elementos integrantes dos mais diversos setores da instituição voltem seus olhares e atenção à retenção, permanência e conquista de clientes. Isso porque ...Leia o livro.